Há uma tese sobre o Athletico que Nenê, seu capitão do título estadual de 1988, defende: com o Furacão não há meio termo. Uma coisa nada vale, ou valendo, sempre vale o dobro.
De fato, o Athletico é um clube de extremos. Veja só. Sofrer gols no último minuto de Flamengo e Botafogo, mesmo que o custo fosse a liderança do Brasileirão, seria natural.
Há um principio consagrado por Sepp Herberger, técnico da Alemanha, na final da Copa do Mundo de 1954. Provocado para responder “como a Alemanha iria ganhar da Hungria de Puskas?”, disse: “a bola é redonda para todos e o jogo tem 90 minutos”. A
Alemanha ganhou, 3×2.
Será que o gol perdido por Madson contra o Flamengo e os de Cuello e Christian perdidos contra o Botafogo não seriam mais fora da normalidade do que o gol sofrido no último minuto?
O gol sofrido, muitas vezes, tem relação com a ordem mal treinada, embora no caso do Furacão, tenha sido ordem mal executada. Perder os gols como foram perdidos, é questão
exclusiva à condição individual do jogador.
Por ser de extremos, o atleticano despreza o significado do Corinthians e impõe ao Furacão a obrigação de vitória. E quando essa obrigação não é prestada, a reação, em regra, atinge o
treinador. No caso, seria uma injustiça com o treinador Cuca.
A influência irá esgotar-se no momento em que a solução passe pelos recursos individuais do time. Não quero acreditar que o significado dos gols no último minuto é que esse Furacão alcançou o seu limite.
Uma vitória sobre o Corinthians não é uma obrigação de tabela, mas obrigação interna para evitar que a arquibancada exija mais do que o time pode dar.
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