A ditadura chinesa, comandada desde 2013 por Xi Jinping, tem aprimorado nos últimos anos sua capacidade tecnológica, visando uma maior coleta de informações e vigilância, especialmente de países considerados uma ameaça para Pequim.
O mais novo passo nesse sentido é a criação de um novo setor no Exército dedicado ao desenvolvimento das capacidades cibernéticas do país: a Força de Apoio à Informação. O regime chinês investiu milhões de dólares na área para garantir mais “segurança” na guerra moderna.
Xi afirmou no mês passado à agência estatal de notícias Xinhua que a iniciativa foi uma decisão “importante” tomada no âmbito do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCCh), a fim de fortalecer as Forças Armadas. Na visão do ditador, a área é considerada o novo “braço estratégico do Exército de Libertação Popular (ELP)”.
O setor faz parte de uma grande restruturação militar em mais de uma década na China, em meio ao aumento de tensões regionais no mundo. A Força de Apoio à Informação se reportará diretamente à Comissão Militar Central, órgão no topo da cadeia de comando militar chefiado por Xi.
O porta-voz do Ministério da Defesa, Wu Qian, também frisou que a nova força cibernética representa “um passo estratégico para estabelecer um novo sistema de serviços e armas e melhorar a estrutura da força militar moderna [da China]”.
A Força de Apoio à Informação será liderada pelos principais generais da extinta pasta Força de Apoio Estratégico (SSF), que cuidava desde 2015 da parte estratégia de guerra espacial, cibernética, eletrônica e psicológica do Exército: o vice-comandante, Bi Yi, que foi nomeado comandante da nova unidade, e Li Wei, o comissário político da antiga SSF, assumirá o mesmo papel na Força de Apoio à Informação.
O anúncio surge no mesmo momento em que aumentam denúncias dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Nova Zelândia sobre a realização de atividades cibernéticas “maliciosas” por parte de Pequim. No início do mês, o governo britânico acusou os chineses de estarem por trás de um caso de invasão de dados pessoais de diversos membros das Forças Armadas, incluindo nomes e detalhes de contas bancárias.
Na ocasião, a ditadura de Xi refutou as acusações e descreveu-as como “infundadas”, ao mesmo tempo em que reafirmou seu compromisso com a “luta internacional contra as ameaças cibernéticas”.