O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que é ligado ao ditador chavista Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (20) a prisão de mais dois membros do partido Vamos Venezuela, da opositora e candidata presidencial María Corina Machado, inabilitada pelo regime de Caracas.
Tratam-se de Henry Alviárez, identificado como coordenador de campanha do
Vamos Venezuela, e Dignora Hernández, identificada como dirigente da legenda
opositora.
Ambas as detenções ocorreram, segundo o site independente venezuelano Efecto Cocuyo, após a divulgação de um suposto vídeo onde um outro opositor preso, Emilio Brandt Ulloa, também membro do Vamos Venezuela, “confessa” a participação de Alviárez e Hernández no suposto plano de “conspiração” em curso contra Maduro.
Os opositores, segundo a “confissão” de Ulloa, queriam organizar protestos “violentos” contra o regime, que culminariam em possíveis ataques a quartéis militares. Ainda segundo a “confissão” do opositor preso, caso as manifestações não resultassem na habilitação de Corina Machado para disputar as eleições presidenciais deste ano, um grupo de militares exilados da Venezuela seria coordenado para tomar as bases militares do país.
As novas prisões, no entanto, parecem fazer parte da nova onda de perseguição de Maduro contra opositores, meses antes da realização do pleito presidencial que irá ocorrer no dia 28 de julho, onde o ditador chavista tentará se manter no poder.
Mais cedo, Marta Valiñas, chefe da Missão Independente de Determinação de Fatos sobre a Venezuela da ONU, corroborou essa visão ao chamar as prisões de “nova onda repressiva das autoridades venezuelanas contra opositores políticos”.
Saab também mencionou que ainda há sete ordens de prisão pendentes, relacionadas a um suposto plano de opositores para “impedir” o referendo realizado no ano passado sobre a anexação do Essequibo.
Cerca de 12 opositores políticos já foram presos na Venezuela desde janeiro.