O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira (23/2), do lançamento da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, edital destinado ao patrocínio de projetos na área de cultura, no Rio de Janeiro. Durante o evento, o chefe do Executivo reafirmou que a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza é um genocídio e voltou a defender a criação do estado palestino.
“Da mesma forma que eu disse quando estava preso que não aceitava acordo para sair da cadeia porque eu não trocava a minha dignidade pela minha liberdade, quero dizer para vocês: eu não troco minha dignidade pela falsidade”, afirmou o presidente.
“E quero dizer para vocês que sou favorável à criação do estado palestino livre e soberano. Que possa esse estado palestino viver em harmonia com Israel. O que o governo de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio porque está matando mulheres e crianças”, defendeu.
Veja a fala do presidente:
Lula volta a acusar Israel de genocídio, mas não cita Holocausto.
“Não tentem interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia. Leiam a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel”, afirmou o Presidente do Brasil.
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— Metrópoles (@Metropoles) February 23, 2024
No início da semana, na Etiópia, o presidente Lula havia comparado a situação em Gaza com o massacre de judeus no Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial. A declaração gerou uma crise diplomática.
Durante o evento no Rio de Janeiro, o presidente rebateu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que alegou que o petista “desonrou a memória de 6 milhões de judeus”. “Ele deveria ter vergonha de si mesmo”, disse Netanyahu.
“Não tentem interpretar a entrevista que eu dei a Etiópia. Leia a entrevista ao invés de ficar julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel. O que está acontecendo em Israel é genocídio. E não está morrendo soldado, estão morrendo mulheres e crianças dentro do hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, reafirmou o presidente.
Edital para cultura
A iniciativa prevê R$ 250 milhões para financiar ações relacionadas à diversidade e inclusão no país, em 2024. Segundo o governo, é o maior investimento já feito pela Petrobras no setor de cultura. O edital é destinado a projetos que trazem elementos de brasilidade e é dividido em quatro eixos principais: “Produção e Distribuição”, “Ícones de Cultura Brasileira”, “Cinema e Cultura Digital” e “Festivais e Festas Populares”.
Para participar, os projetos devem estar inscritos na Lei Rouanet ou na Lei do Audiovisual. O prazo para submeter as propostas vai até 8 de abril. Participaram do evento de lançamento do edital, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a ministra da Cultura, Margareth Menezes e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, além de artistas, como a atriz e autora Leandra Leal.