O ortopedista Edilson Thiele é atleticano desde sempre. Ele lembra que ia sempre aos jogos de mãos dadas com o pai, seu Erailto, ver o Furacão e comer pinhão, pastel de banana, pão com bife na chapa sob as araucárias no gol dos fundos da Baixada.
Quando se formou em medicina, foi convidado para assumir o Departamento Médico pelo gerente de futebol Geraldo Damasceno e pelo fisiologista Odivonsir Frega. Junto com o colega Ricardo Falavinha, aceitou a missão sem pestanejar ou se preocupar com o salário, nem se ele iria ser pago.
Em 1990, o DM ficava nos fundos do ginásio, e quando o rio Água Verde enchia, tudo alagava. O time profissional treinava na Baixada, e os amadores no PAVOC. Logo no primeiro ano, o doutor rubro-negro foi campeão em cima dos rivais.
Em 1993, teve a honra de incorporar Bolinha ao departamento médico e começou um processo de reformulação. Em 1995, o ano 1 da revolução atleticana, conseguiu implantar um Departamento de Fisiologia e de Nutrição, algo único nos clubes fora do eixo do futebol nacional.
Mas foi em 1998 que as coisas mudaram de patamar no clube após a aquisição do CT do Caju. O Athletico passou a ser referência nacional em fisiologia, com uma equipe de profissionais de primeira linha, e tudo o que aconteceu em campo nos anos que se seguiram tem nexo causal com este trabalho aparentemente invisível.
A história do tratamento não ortodoxo de Gustavo na finalíssima de 2001 é apenas uma entre as centenas em que a turma do bisturi e do Gelol, liderada pelo doutor Thiele, foi fundamental para os resultados de campo do clube.
Além da competência que o levou até a seleção brasileira, Thiele tem como característica um coração atleticano tão grande que mal cabe no peito.
Edilson Thiele, o doutor
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