Sempre que um desafeto ou rival diz que o Athletico é um “time de dono” eu concordo e depois agradeço aos céus que o proprietário seja o Bolinha. O mineiro de Varginha Edmilson Aparecido Pinto, que recentemente completou 30 anos de Athletico, não é apenas o funcionário mais antigo e eficiente; é a memória viva da instituição.
Com sua bandana com os dizeres “saúde, vida e vitória”, não é apenas o último sobrevivente do período mais difícil do clube; Bolinha é o buda rubro-negro, aquele que entende a real natureza dos fenômenos que regem a nossa história.
Quando Bolinha chegou na Baixada no final de 1993, a moeda nacional era a URV, Pablo Escobar ainda estava vivo e ainda fabricava-se o Chevette. No Athletico, o cenário era desolador. O estádio em reconstrução, material de segunda linha e todos os tipos de escassez possíveis. Bolinha conta que pensou em sair, mas ficou para ver e participar da grande transformação do clube.
De lá para cá, Bolinha está na foto de incontáveis títulos incontáveis. Já deu várias voltas ao mundo. Comemorou grandes vitórias e remoeu grandes decepções. Várias gerações de jogadores passaram por suas mãos. Seu estado de espírito sempre foi o termômetro do vestiário atleticano. Em 2011, após o rompimento de uma úlcera, ficou 45 dias na UTI entre a vida e a morte. Bolinha se recuperou, mas o time sem ele, caiu.
Nos últimos anos, ele se aposentou, desaposentou, se afastou pela pandemia e voltou. A tempo de ser campeão da Sul-americana no mesmo Estádio Centenário em que tinha aberto a porta do vestiário em 2000 em nossa primeira Libertadores. Por tudo que viu e viveu em nome do Athletico, Bolinha de fato é o dono da “coisa” toda.
Bolinha, o buda rubro-negro
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